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Inspirações do Labirinto

Tenho vários usos para os labirintos e também tenho vários usos para os livros sobre labirintos; livros escritos por pessoas que pesquisaram, exploraram, se apropriaram deste símbolo, muitas vezes até recebendo algum novo desenho por meio de sonhos.

 

Um desses usos diz respeito à possibilidade de criar para mim uma leitura oracular, escolhendo o livro que irá trazer a sabedoria necessária para o momento. Fazendo isso outro dia, sorteei uma história que me tocou profundamente, e me fez olhar de novo para esse lugar sagrado de habitar labirintos, e sobre a importância de firmar intenções boas, de abertura e entrega para uma certa magia acontecer.

 

Trago abaixo com tradução livre de minha própria autoria.

 

Minha colega Marty Cain construiu um labirinto no quintal da casa de uma mulher que pensara seu uso de uma maneira muito particular. A cliente tinha câncer e pediu à Marty um labirinto que pudesse ajudá-la em seu processo de cura. Quando o labirinto ficou pronto, alguns vizinhos pediram para percorrê-lo. “Não”, ela disse, “Este labirinto foi feito somente para meu uso pessoal. Sinto muito, você não poderá percorrê-lo”.

 

Um dia, depois de retornar de uma viagem, um homem bateu em sua porta e contou que havia percorrido seu labirinto enquanto ela estava fora. Aparentemente ele teve uma experiência horrível, pois pediu que a mulher se livrasse daquilo. “Você não deveria ter percorrido o meu labirinto sem minha permissão”, ela respondeu, “eu o utilizo para caminhar todos os dias e deixar meu câncer nele”.

 

Essa história dramática é um exemplo do poder de nossas intenções e a importância de ter bem claro o ‘para que’ labirintos, e sobre o que você deseja que o labirinto faça por você ou por qualquer outra pessoa que caminhe nele.

 

Traduzido do livro “The Way of the Labyrinth : A Powerful Meditation for Everyday Life” da autora Hellen Curry, p. 202.

 

É sobre ritualizar processos pessoais co-criando com labirintos; sobre o poder desta conexão singular que podemos efetuar ao utilizá-los; e sobre o cuidado que é preciso ter com o modo de facilitar/mediar/promover experiências com este símbolo. 

 

Como seria para você pensar sobre isso imaginando a presença de um labirinto na escola das crianças? No seu trabalho terapêutico? Na sua casa? Na sua vida?

 

Você já desenhou um labirinto? Já sentiu seu caminhar?

 

Texto: @fabirinto

02/08/2021